Postea hanc confirmationem apud Colimbriam fecit Colimbriensibus

Cartulário:

Nº Documento: 
0015
Fólio: 
8r-8v
Data do documento
Ano: 
1093
Mês: 
4
Dia: 
22
Nota: 

Gérard Pradalié atribui esta segunda confirmação ao ano 1094: "Cet événement est daté de deux façons: d'abord en nombre d'annés de règne, vingt-neuve, qui, ajoutées à 1065, donnent 1094, ce qui s'accorde bien avec la présence du comte Raymond à la tête du "Portugal" de cette époque. La seconde date donnée en Ère ibérique est celle de 1101, et il n'est pas difficile de comprendre qu'elle fut obtenue en ajoutant vingt-neuve ans à 1072, année où Alphonse VI, après l'elimination de ses frères, contrôla l'ensemble du royaume de son père le roi Ferdinand: mais c'est ignorer totalment les habitudes de la chancellerie d'Alphonse VI pour qui son règne commence en 1065!" (ob. cit., p. 80).
A argumentação de Gérard Pradalié baseia-se em dois falsos supostos:
1 — Que os 29 anos de governo se contavam a partir de 1065, o que daria realmente o ano 1094. Como era corrente, naquela época a contagem fez-se neste documento segundo o costume romano que incluía o ano da partida. Ora, incluindo nos 29 anos de reinado já o de 1065, temos o ano de 1093 e não 1094. É, de facto, de estranhar que assim se fizesse, porque, tendo falecido Fernando Magno a 27 de Dezembro de 1065, Afonso VI reinou apenas cinco dias neste ano. Não podem, todavia, restar dúvidas de que a contagem dos anos foi feita dentro deste critério, porque o documento diz expressamente: "et stabilio hoc meum factum in Era T. C. XXXI, X Kalendas Maii VI feria Pasche" o que corresponde a 22 de Abril de 1093. Neste ano há concordância do dia do mês com a sexta-feira depois da Páscoa, que em 1093 caiu a 17 de Abril. No ano de 1094, a Páscoa caiu a 9 de Abril e, por conseguinte, a sexta-feira foi a 14 e não a 22 de Abril (Cfr. J. Agustí, P. Voltes, J. Vives, Manual de Cronología Española y Universal, Madrid, 1953, p. 186).
2 — Por engano, Pradalié leu "Era 1101", quando no original está bem clara a "Era T. C. XXXI" e no L. P. "Era M.ª C.ª XXX.ª I.ª". A Era 1131 corresponde ao ano 1093 e, portanto, fica sem valor a argumentação de Pradalié relativamente à contagem dos anos de reinado a partir de 1072.

Local: 
Coimbra
Documento original
Original: 
Não

Outorgante:

Notas: 

A. G. da Rocha Madahil, na sua edição do vol. 1 do L. P., considerou esta segunda confirmação como documento distinto do anterior (doc. 14). De salientar, no entanto, que os D. C. consideram as duas confirmações um todo e que o próprio A. G. da Rocha Madahil, nos seus Documentos cit., p. 276-278, também assim as entende, bem como Gérard Pradalié, ob. cit.

B) T. T. — Sé de Coimbra, m. I, doc. 18, cóp. vis. trans.

Sub Christi nomine. Ego supradictus Adefonsus imperator adueniens in Colimbriam anno regni nostri XX.o VIIII.o mense IIII.o eiusdem anni cum genero meo domno Raimundo et cum quibusda ex primatibus nostri palacii roboraui et stabiliui(a) hoc meum factum in Era M.a C.a XXX.a I.a, X.o Kalendas Maii VI.a Feria Pasche et confirmaui irreuocabiliter presentibus Colimbrianis et petentibus. Siquis autem ex propinquis meis aut de extraneis hoc infringere temptauerit sit separatus a communione corporis et sanguinis Domini quousque digne melioretur.
Ego Raimundus gener supradicti imperatoris domni Adefonsi confirmo et nomen meum iussi subscribi.
Ego Martinus Munionis(b) preses Colimbrie et gener consulis domni Sisnandi qui pro eo in locum eius successi hoc quod domno meo imperatori complacuit confirmo et obseruare ueraciter promitto.
Ego Petrus Dei nutu Nazanarensis episcopus confirmans et laudans regis iussum nomen subscribi iussi meum. — Cresconius supradicte Colimbrie episcopus confirmo, — Rodericus archidiaconus et prior Braccharensis ecclesie adfui.
Pelagius Abunazar scripsit, — Sisnandus Astrariz clericus qui scripsit.

Aparato: 

(a) Palavra emendada de stabilio com o o sopontado. — (b) Último documento em que aparece Martim Moniz como governador de Coimbra (cfr. doc. 465).

Bibliografia: 

Manuel Augusto Rodrigues, Livro Preto: Cartulário da Sé de Coimbra. Edição crítica. Texto integral, Arquivo da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1999.