Testamentum de Algazala, de Ordonius rex, et de Lauredo

Cartulário:

Nº Documento: 
41
Fólio: 
26v-27r
Data do documento
Nota: 

[777 (?) / 857 (?) / 877 (?) / 907 (?) / 917 (?)] Setembro 4.
A datação deste documento é controversa. A indicação que aparece no texto (era DCCCXV = ano 777) é seguramente erronéa. Sobre a atribuição ao ano 857 e ao reino de Ordonho I (850-866) vejam-se as considerações de Aires A. Nascimento nos estudos ‘Ao encontro do quotidiano’, pp. 325-334, e ‘Mosteiro de Lorvão’, pp. 82-85 e 122-123. José María Fernández Catón (‘La documentación’, pp. 467-475 n. 1 : 470) considera mais provável uma atribuição ao ano 907, quando Ordonho II já governava a Galiza e o norte de Portugal e o pai Afonso III era ainda em vida. Vejam-se também Azevedo, O mosteiro de Lorvão, pp. 11-12 e 20-21 (com correcção do dado do texto ao ano 877 e, depois, com atribuição ao final do reinado de Ordonho II), e Carriedo Tejedo, ‘Los episcopologios portugueses’, p. 392 nota 223 (que data o documento ao ano 917 e ao tempo do rei Ordonho II).

Documento original
Original: 
Não

Outorgante:

Notas: 

A confirmação tem de ser referida aos anos do rei Ramiro II (931-951) e aos episcopados de Dulcídio, bispo de Viseu entre 937 e 951, e de Oveco, bispo de Leão entre 928-950. Desse modo salva-se também a invocação de S. Pelágio que será devida à reconfirmação e condiz com outro documento (n. 33) de 928, em que o santo mártir já consta.

[f. 26v] Testamentum de Algazala, de Ordonius rex, et de Lauredo (a)

Hordonius rex, uobis Iusto abba uel fratribus uestris. Per huius nostre preceptionis iussione testamus atque concedimus uobis in suburbio de Conimbrie uilla que dicunt Algazala cum quantum adprestitum ominis est: uineas, pumares, terras ruptas uel inruptas; et alios uillares iuxta ribulo Mondeco, nomine Lauredo et Sautelo. Ipsas supra nominatas, per suos terminos anticos, in omnique circuitu per locis suis seu uel cum omnibus prestationibus suis, quicquid in se continent, omnia ab integro uobis testamus atque concedimus post parte uestra uel ecclesia Sancti Mametis, pro remedio anime nostre et parentum | [f. 27r] nostrorum et in onore sancti Pelagii. Habeatis uos firmiter et fratres qui in uita sancta perseuerauerint, de nostro dato, perenniter abiturum.
Facta scriptura testamenti notum die pridie nonas septembris, era DCCCosXV.
Et nullum non ordinamus qui uos pro inquietare presumat pro nullaque actione.
Et si aliquis omo uenerit uel uenerimus, tam nos quam ex [pros]apie nostre, ipsas uillas qui nos testamus infringere uoluerint, inprimis sedeat excomunicatus et cum Iuda, Domini traditore, habeat participium in eterna damnatione.
Hordonius rex hanc concessionem nobis manus meas roboro et confirmo (monogramma).
(1ª col.) Vutierre (sic) Mendiz conf.- Domnus Garseanus conf.- Trastemirus diaconus testis.- Dagaredus presbiter testis.- Lubanus archipresbiter testis.
(2ª col.) Songemirus presbiter testis.- Rodorigus presbiter testis.
(3ª col.) Ranemirus rex (monogramma).- Gundisaluus Moneonis conf.- Nepuzanus conf.- Sub Christi nomine Ouecus episcopus Legionem sedis conf.- In Christi nomine, Dulcidius, Dei gratia, episcopus Uisense conf.

Aparato: 

(a) do escrito por cima de laure.

Bibliografia: 

Reg.: Catón, ‘La documentación’, pp. 467-475 n. 1.
Ed.: PMH - DC, I/I, p. 2 n. II (com atribuição ao período 850-866, anos em que reinou Ordonho I); Nascimento, ‘Ao encontro do quotidiano’, p. 326 (e pp. 328-329 pela atribuição ao ano 857); LT, pp. 656-658 n. 41.